Depois daquele final de semana bárbaro junto a seus dois amores, Justine se sentia presenteada pelos Deuses, por ter duas pessoas que a amavam e desejavam tanto, que fossem capaz de fazer o que ela pedisse, custasse o que for, realmente, ela era abençoada.
Algumas semanas se passaram entre um apartamento e outro, entre um corpo e outro, às vezes, ainda que raramente em dois corpos ao mesmo tempo, isto quando Marcela estava de bom humor, pois ela ainda não conseguia controlar seu ciúme. Lucas ao contrario estava feliz com qualquer coisa que sua deusa lhe desse, fosse um carinho, um tapa e até mesmo tarefas sujas. Ele apenas se sentia feliz e a desejava ainda mais a cada dia que passavam juntos.
Já fazia um mês desde aquele joguinho surpresa que ela preparou para ele, um mês de sexo intenso e selvagem, um mês a mais para saber que era ela a mulher da vida dele. Sem demora ele ligou para a amada.
– Alo! Jú, nossa, eu tava aqui no trabalho e de repente lembrei de você, de nós dois juntos… – ele falava ofegante, atropelando as palavras quando Justine o interrompeu.
– Oi cachorrinho, respira e fale pausadamente. O que quer?
– Eu não só quero, como preciso de você! Casa comigo?
Justine ficou pasma, sem conseguir pronunciar uma palavra se quer. Por quê? Pensava ela consigo mesma, porque naquele momento? Porque agora que as coisas estavam como ela desejava, que ela enfim se sentia completa, por quê?
– L u c a s – gaguejou Justine – Eu… Eu não sei… Porque isso Lucas! ?
– Porque eu te amo! Simples assim, porque eu não paro de pensar em você, porque tudo que eu faço é pensando em nós, porque você é tão perfeita, tão maravilhosa…
– Chega! Pode parar, tu sabes que não sou nada disso!
– Que papo é este Ju, tu sempre se achou tudo isso e mais um pouco!
– Ta querendo dizer que eu me ‘acho’ é? – perguntou zangada.
– Claro que não amor, não entenda mal, quer ir jantar comigo, ou melhor, vamos pedir algo lá em casa, passar um tempo a sós.
Realmente passar um tempo a sós naquele ultimo mês estava ficando complicado. Se de um lado ela amava Lucas, por outro lado ela amava Marcela também.
– Lucas, eu fiquei de jantar com a Marcela, hoje é nosso aniversário… – respondeu sem graça.
– ANIVERSÁRIO! ?
– Da primeira vez que nós ficamos juntas… Olha Lucas eu preciso pensar, eu amei a proposta e tudo o mais, mas você me conhece, sabe como sou, você sabe como amo, e quem amo – dizia ela já soluçando – é difícil demais ser quem sou, mas estou completamente dividida, eu te amo demais, porém amo Marcela. Mesmo sabendo que é mais fácil construir um futuro ao teu lado, não posso magoá-la, isso a mataria, e parte de mim morreria também.
– Não fica triste meu amor, tudo bem, eu entendo o quanto deve ser difícil pra você, juro que entendo. Só não sei até quando você vai ficar nesse triangulo.
– Lucas é que – e ele a interrompeu.
– Olha eu te amo! Não desisto de você nem que implore, pode ir curtir seu jantar com a Marcela, eu estarei sempre lá pra você.
Aquelas palavras partiram seu coração, pela primeira vez em muito tempo Justine não se sentia tão arrasada, com o coração tão destruído.
– Te ligo depois Ju, te amo!
– Também te amo!
Justine não sentia mais seu corpo, e se atirou a cama e desesperadamente começou a chorar, suas lagrimas não escorriam, gritavam, e sua mãe bateu na porta para descobrir o que acontecia.
– JU! FILHA? O QUE ESTA HAVENDO? ABRE A PORTA E DEIXA A MÃE ENTRAR.
Justine sabia que sua mãe não entenderia da missa a metade, e nem poderia falar de Marcela, mas sabia que um colo de mãe a faria pensar melhor. Ela se levantou soluçando e abriu a porta. Sua mãe assustada ao ver a situação que a filha estava, a abraçou apertado.
As duas ficaram horas no quarto, Justine deitada no colo da mãe que afagava seus cabelos, isso a fazia lembrar de quando era criança e tinha pesadelos, sua mãe ficava ali, até que adormecesse novamente para a ‘proteger’ dos monstros.
– E então filha, quer falar?
– Lucas me pediu em casamento…
– Sério! ? Mas minha filha, isso não é bom? Não é o que você quer? Porque esta assim?
Como explicaria aquela situação a sua mãe sem contar toda a verdade ou varias mentiras? Melhor seria apenas ocultar certas verdades.
– Sim mãe, é sim, mas… Acontece, que eu amo outra pessoa.
– Como assim outra pessoa?
– Eu amo outra pessoa também! E apesar de saber que meu futuro estaria ao lado do Lucas, não quero, não posso de forma alguma magoar este outro alguém.
– Ainda aquele menino tatuado Justine?
Justine ficou muda, não sabia se começava a mentir agora ou mais tarde, pelo sim, pelo não, ela acenou positivamente com a cabeça.
– Mas menina, com ele você não tem futuro, e sabe disso. O Lucas é um rapaz, pelo pouco que conheci, respeitável, honesto, trabalhador e lhe trata como rainha!
– Eu sei mamãe, mas é algo que não controlo, sabe, é um sentimento mais forte que eu, é uma coisa, é como se eu fosse duas.
– A minha filha, eu te entendo… Mas agente tem que pensar no que é melhor pra nós, pensar no futuro, você não será jovem para sempre, e um dia vai querer, sentir necessidades de ter tua própria família.
Realmente seria difícil aquela situação. Mas ela sabia que em uma coisa sua mãe tinha razão, ela não seria jovem para sempre, ao menos não fisicamente.
– É mãe, eu vou pensar muito nisso. Vou jantar na Marcela e depois vou pro Lucas.
– Vai sim, uma amiga é a melhor coisa nestas horas.
Mau sabia mãe que esta amiga era o motivo de tanto choro.
Já soariam 18 horas quando ela saiu com a mochila nas costas, entrou no carro e foi para Marcela como planejado. No caminho as palavras de Lucas martelavam em sua cabeça: “… eu não vou desistir…”, se transformaria aquilo em uma guerra entre os dois? Logo agora que enfim a paz reinava em seu pequeno mundinho devasso?
Em um pequeno congestionamento, uma vida inteira se passou sobre seus olhos, como seria viver ao lado de Lucas, construir uma família, e como seria viver com Lucas e Marcela até que um enjoasse dela. Será que com o passar dos anos Lucas seria o mesmo? Ela pensou que ainda tinha seus vinte e poucos anos, que o mundo dizia que a vida começava aos 30 e que ela ainda teria tempo pra viver um pouco mais, então se Lucas a amasse de verdade, a deixaria livre para continuar este triangulo, se não ele que pegasse seu rumo, por mais que doesse nela, ela, agora, não abriria mão da vida que queria ter.
Ao chegar à casa de Marcela, seu sorriso se abriu, ela nem pensou no jantar, jogou a amante no chão e começou a beija-a por todo o corpo, ali naquela sala, onde muito ocorreu, as duas se amaram como duas gatas no cio, Justine era insaciável, a beijava, a penetrava com a língua, se lambuzava com o gozo que jorrava da buceta de Marcela que estava loucamente excitada.
Enquanto Justine sugava o grelinho duro, penetrava-a com os dedos a fim de tocar seu ponto G, Marcela delirava, gemia de forma que não poderia mais segurar o gozo, e com as pernas tremulas, ela espirrou seu doce meu na face de Justine orgulhosa e satisfeita.
Exausta, Marcela ficou imóvel no chão enquanto Justine a beijava suavemente até alcançar seus lábios carnudos. Ela pensava: “Ah Marcela, minha ruiva ardente!”
A amante sem nada entender, ficou feliz com a atitude louca de Justine, então as duas, sem falar nada, foram para a mesa de jantar, com direito a velas, vinho e flores. Elas comeram, e depois se atiram pela casa até chegar ao quarto onde o segundo round estava por começar, Marcela queria retribuir o prazer que havia sentido antes e começou a acariciar seus seios, ela sabia o quanto aquilo a dava prazer, sugava-os lentamente, mordiscando o biquinho, e com uma das mãos ela masturbava a buceta sempre molhada de Justine. Aquilo era sempre uma piscininha, e ela queria se afogar.
O sobe e desce da língua, o penetrar dos dedos, o penetrar do vibrador, a forma com que Marcela a sugava, era incrível, ela parecia não se cansar de ficar ali, entre as pernas de Justine, era como se pudesse ficar por horas com um bebe recém nascido cheio de fome ‘mamando’ sem parar. Justine logo se contorcia e gozava, foram três seguidas, mesmo sensível, Marcela não cessava, a amante podia implorar o que for, que ela não pararia, pois sabia que o próximo seria mais intenso. Depois do terceiro, Justine fechou as pernas tremulas e fracas, suadas, as duas ficaram na cama olhando uma para a outra. Segundos caladas Justine diz:
– Te amo Marcela!
– eu também te amo muito mais que tudo nessa vida Ju!
As duas se abraçaram e com lagrimas aos olhos Justine se levantou para tomar banho.
– Já vai? – perguntou Marcela.
– Hoje eu tenho que ir, me desculpa!
– Tudo bem amor, estas horas me valeram a noite, dormirei como um anjo.
– Você é um anjo! – Justine falou seguindo para o banheiro.
Tomada banho e vestida, ela beijou a amante e desta vez pegou rumo à casa de Lucas, onde algumas horas de prazer começariam.
Freak Butterfly (Poliana Zanini)
*Foto por Poliana Zanni editada por João Lenjob