Nunca imaginei que um texto de desabafo fosse gerar tanta repercussão, também não podia imaginar que tantas outras pessoas, independente do status, idade e sexo, fossem sofrer de tal problema.
Espero que cada vez que venho escrever, ou respondo seus comentários, os ajude, como ler seus desabafos me ajudam também.
Tomar a decisão de parar é difícil, é como alguém que decide parar com as drogas, temos que estar sempre alertas, nos vigiando a cada decepção ou ataque de nervos. Li um comentário que terminou em “ter fé”, confesso que ando afastada de tais coisas relacionadas a fé, sou católica, mas ir à missas sempre me deixa deprimida em meio a tantos sermões, não gosto do exagero de muitas igrejas evangélicas, e o candomblé só piorou um pouco mais o que eu pensei que fosse ajudar. Tentei o centro espírita kardecista, confesso, se vocês crêem em Deus, se arrisquem a ir a algumas palestras, são legais e ali não há julgamentos ou preconceitos, eles te acolhem de braços abertos.
Como todo “viciado” quando pensei estar “curada” parei de freqüentar, foi um erro, tentei voltar atrás, mas estava tão deprimida que não encontrava sentido pra nada. Sou como todos vocês, tenho sonhos e desejos que muitos tentam apagar, mas sinto que EU não posso desistir de mim.
Passei muito tempo sem me ferir, somente na tentação, mas fui forte, até levar um “tapa” na cara (literalmente) do meu pai, aquilo me enfureceu, pra não me cortar, espremi meu braço entre os dedos e unhas com toda força possível, nada aconteceu, alguns hematomas e uma dorzinha inferior ao meu ódio momentâneo, então peguei um isqueiro e comecei a esquentar, queimei varias vezes, e por sorte não ficou nenhuma bolha (pois tenho uma cicatriz, pequena, mas feia, no braço, feita por isqueiro), eu não queria ficar marcada, eu só busquei a dor, então depois disso, os dias passaram em meio a discussões onde tentava me consolar na dor. Nada adiantou, nada mudou, e eu disse a mim mesma: “você é melhor que tudo isso, melhor que todos eles, um dia vão precisar de você. Tudo isso vai passar”.
Dizer que é fácil, ou dar lição de moral, não posso, mas o que eu afirmo é que não precisamos de ninguém além de nós e nossas crenças, seja qual for o motivo, nada disso irá mudar ou melhorar com tais atitudes. Se você tem filhos, pense neles, se tem alguém que te ama muito como um pai ou mãe, faça deles sua razão pra seguir em frente, e só dependa de você para parar e alcançar quaisquer objetivo na vida.
E se precisar de alguém, busque um amigo, um verdadeiro amigo, ou aqui mesmo, deixem contatos, mesmo que anônimos, para que outros se comuniquem, um grupo que sabe o quão difícil são as coisas, pode se auto-ajudar.
Vamos dizer não ao auto-flagelo.